quinta-feira, 15 de maio de 2008

cannes vai, cannes vem...

Júri.

Remetendo àquela minha postagem sobre o Pablo Trapero
saiu no G1 hoje esse texto falando um pouco de Leonera, e do cinema latino em geral:


Rodrigo Santoro defende Brasil durante coletiva em Cannes
Repórter da imprensa chilena disse que Brasil faz cinema tipo exportação.Filme "Leonera", do qual participa, foi bastante aplaudido.

Diego Assis Do G1, em Cannes.

O ator brasileiro Rodrigo Santoro não engoliu a provocação de um repórter da imprensa chilena durante a entrevista coletiva do filme “Leonera”, realizada na manhã desta quinta-feira (15) durante o Festival de Cannes. O atrito foi causado depois que o jornalista parabenizou o diretor argentino Pablo Trapero por seu filme especialmente “por se tratar de um cinema nacional, diferente dos mexicanos e brasileiros que estão fazendo filmes para exportação”.

“Sou brasileiro e estou de acordo que o cinema argentino é maravilhoso.É um presente trabalhar com diretores como Pablo Trapero. Mas me parece complicado generalizar o cinema e colocá-lo em uma categoria de cinema de exportação. Porque creio que há muitos filmes no Brasil que não são feitos com o pensamento de exportação”, defendeu Santoro. E emendou: “Gostaria de sugerir um filme que está no festival, ‘A festa da menina morta’, de Matheus Nachtergaele. Penso que é um filme que não foi feito para ser exportado, mas graças a Deus está aqui, tendo oportunidade de ser visto por gente de todo mundo.”

Santoro tem uma curta, mas marcante atuação em “Leonera”. No longa, que narra a história de uma jovem grávida presa acusada de assassinar seu namorado, o brasileiro vive Ramiro, provável pivô da crise do casal. “Ramiro tem poucas cenas no filme, mas me pareceu um personagem muito interessante porque carrega uma dor muito forte de ter de escolher entre a sua vida ou a da mulher que ama”, explica.

Aplaudido com entusiasmo após a primeira sessão para os jornalistas, o longa de Trapero (de “Família rodante” e “Nascido e criado”) confirma a boa fase da produção cinematográfica argentina. Como o título do filme, que significa um lugar de trânsito onde os presos esperam para serem julgados ou transferidos, o filme consegue alternar bem entre o drama pessoal da personagem principal, Julia, e um retrato humanizado do sistema prisional argentino.

A atuação de Martina Gusman, mulher de Trapero, como a heroína da história também merece elogios, indo de uma jovem detenta assustada e agressiva até a corajosa leoa que acabará se tornando após o nascimento do filho, Tomás.

“Foi, pessoalmente, muito transformador. Uma personagem muito intensa e solitária, que descobre através da maternidade outra faceta nela”, declarou Martina aos jornalistas.

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